Brasil faz a primeira videochamada com uso do “5G puro” nesta sexta-feira
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Os livros de história registraram a primeira vez que a voz humana foi transmitida por meio de ondas radiofônicas, o início da transmissão de TV e o começo da internet no país. Esta sexta-feira (9/4) também é marcada por um acontecimento histórico para o Brasil: a primeira videochamada utilizando a tecnologia 5G standalone (o “5G puro”), de ponta a ponta, na América Latina. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, realiza a ligação diretamente das instalações da Nokia, em São Paulo (SP), ao presidente Jair Bolsonaro, que está no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).
A Nokia é uma das fabricantes de equipamentos 5G e fez parte do roteiro da missão internacional feita pelo governo brasileiro para conhecer a tecnologia. Com a finalidade de viabilizar a conexão com a quinta geração de internet móvel, o gabinete presidencial no Palácio do Planalto tem uma estrutura específica para essa rede, o que possibilita uma videoconferência em ultra velocidade, totalmente estável e sem interferência, entre o presidente da República e o ministro. É a primeira vez que dois terminais de 5G standalone são conectados na América Latina.
Parte do excelente desempenho do 5G em relação à geração anterior de dados móveis deve-se à baixíssima latência – tempo de resposta muito curto -, que é a raiz do uso industrial e das novas realidades sensoriais dessa nova tecnologia. É como se os dados fossem transmitidos e recebidos mais rápido que um piscar de olhos. Dentre as aplicações para o usuário comum de internet está o carregamento instantâneo de vídeos em altíssimas resoluções (como 4K e 8K), jogos on-line sem interrupções, realidade aumentada e casas inteligentes. Na telemedicina, por exemplo, será possível fazer cirurgias remotas. Já a indústria poderá fabricar até mesmo carros autônomos.
Com o 5G, surgirá a demanda por um novo perfil profissional, voltado para a economia digital. De olho nesses trabalhadores do futuro, as empresas que dominam a nova geração de dados móveis têm investido em projetos experimentais e capacitação. Nesta sexta, a Nokia firma acordos com a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) para a implantação de um laboratório 5G na universidade, importante polo de pesquisa tecnológica brasileiro, na Paraíba.
Assim como ocorreu durante a visita da missão 5G na Europa e Ásia, em fevereiro, o Ministério das Comunicações (MCom) tem buscado conhecer, de forma isonômica, as iniciativas desse tipo de conexão em desenvolvimento no Brasil. No mês de março, o ministro Fábio Faria participou da inauguração da primeira linha de produção de placas 5G na América Latina, na unidade da Ericsson de São José dos Campos (SP).
Enquanto o edital do 5G segue em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), o MCom tem se empenhado e está aberto a conhecer as tecnologias das empresas que fabricam equipamentos da nova geração de conectividade. A previsão é a de que o leilão das radiofrequências ocorra ainda neste ano, e que todas as capitais contem com o 5G standalone até julho de 2022.
O MCom estabeleceu uma série de compromissos que pretendem reduzir as desigualdades regionais em telecomunicações para as operadoras vencedoras do leilão de radiofrequências. Essas empresas terão de viabilizar o projeto Norte Conectado, que levará internet a cerca de 10 milhões de habitantes via fibra ótica subfluvial.
Também será obrigatória a oferta de sinal 4G ou superior em todas as localidades com mais de 600 habitantes, além da conexão de até 48 mil km de rodovias federais, o que atende a uma demanda antiga de motoristas, caminhoneiros e passageiros nas estradas brasileiras.
As portarias publicadas pelo ministério para orientar o edital também preveem a criação de uma rede privativa para o governo federal, que poderá ser oferecida a outros Poderes. A rede será construída e operada por um parceiro privado, mas será o meio utilizado para o tráfego de informações confidenciais, sigilosas e sensíveis, por meio de criptografia do Estado.
Ainda de acordo com as definições do MCom para o certame, todos os municípios deverão ser atendidos por fibra ótica – ao menos em suas sedes -, e as empresas ficarão responsáveis por amparar famílias beneficiárias de programas sociais e que assistam à TV aberta via antena parabólica. Pelo fato de esse tipo de antena interferir no sinal 5G, esses aparelhos serão substituídos gratuitamente por outros, que recebem sinal via satélite.
É importante ressaltar que as participantes do leilão são as operadoras de telecomunicações, como as que oferecem o sinal de telefone e dados móveis dos celulares, por exemplo. As fabricantes dos equipamentos 5G poderão ser contratadas pelas operadoras de acordo com os próprios critérios.
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