Na onda do digital

Na onda do digital


Emissoras de rádio do Paraná mostram cases de sucesso ao aliar rádio tradicional e streaming, com profissionalismo e segurança.

Por Fernanda Nardo.


A internet trouxe novas possibilidades e ofereceu à população a capacidade de ouvir o rádio em qualquer dispositivo, seja pelo computador, tablet, e principalmente por celular. Hoje a população do Brasil é de mais de 212 milhões de habitantes, sendo que três em cada quatro brasileiros acessam a internet, o que equivale a 134 milhões de pessoas. No entanto, 99% dos usuários utilizam os smartphones e outros aparelhos móveis para se conectar, segundo a  pesquisa TIC Domicílios (2019). 

Não tem como negar: o presente é digital. Por isso, as rádios do Paraná seguem se profissionalizando para levar conteúdo de qualidade, com boa transmissão também no digital. A diretora artística da Rádio Maringá FM –  Grupo Maringá de Comunicação, Jany Lima, destaca uma pesquisa que revela que no território brasileiro são mais de 205 milhões de celulares conectados à internet, segundo informações do estudo Digital 2021 Brazil, da Hootsuíte. 

“Não há dúvida de que o celular é o principal receptor de rádio. O projeto que objetiva ativar o chip de rádio FM nos celulares, encabeçado pela Aerp,  é incrível. Para o rádio, ter o seu receptor é fundamental. Neste contexto, o sinal da rádio tem que estar na internet, em aplicativos, sites, e no celular porque é ele que está nas mãos das pessoas ”.

A emissora investe na profissionalização do digital há sete anos.  Para Jany, o que transforma esse trabalho em rádio no digital é a montagem de um time. “Uma parte da equipe fica pensando na presença da rádio na internet, em como melhorar, concentrar e canalizar esse trabalho também em audiência”, diz. 

Quando o assunto é melhorar a criação de conteúdo e gerar renda, o rádio está acostumado a vender a tradicional publicidade em áudio, focada no alcance. No digital, os anunciantes querem saber qual é o perfil do ouvinte, seus hábitos de consumo, e quantas vezes ele foi impactado. Para dar esta informação, é necessário ter em mãos tecnologia.

Para isso, é essencial implantar um acompanhamento das métricas para  obter bons resultados, inclusive, para os clientes. A diretora artística conta que anteriormente a rádio mensurava a audiência do site e aplicativos. Mas hoje, está em todas as plataformas agregadoras e essa audiência não era mensurada.

“Quando implantamos o monitoramento da Nextdial conseguimos mensurar essa audiência, entender de qual meio o ouvinte está acessando, qual site agregador gera mais audiência, qual é o melhor horário. Agora tenho dados, e assim é possível construir estratégias melhores para criação de conteúdo e projetos comerciais”, explica Jany. 

Um mercado para todas as cidades

A Rádio Paiquerê 91,7, de Londrina-PR, é um exemplo de que investir no digital dá resultados, independente de cidades da capital ou interior. Em apenas dois anos, a emissora já colheu bons resultados com a mudança para o FM e, posteriormente, para o digital.

Atualmente, a Paiquerê tem uma forte presença no digital. O diretor artístico da emissora, Bruno Cardial, explica que diariamente é disponibilizado um conteúdo exclusivo em podcast no portal da rádio e nas principais plataformas de streaming. Eles também fornecem no digital, recortes dos principais programas On Demand, e os jogos de futebol. 

Para ele, ter um suporte para entrar no meio digital foi fundamental. “O rádio está acostumado a vender a tradicional publicidade, mas não está muito habituado a vender dados. A internet é embasada por dados, algoritmos, e eles geram receita. As formas de medição e filtro da Nextdial nos permitiram ter a noção real dos números e trabalhar com eles”, afirma.

De acordo com o diretor, somente com os recursos de medição foi possível saber, por exemplo, do crescimento em audiência acima de 577% durante a transmissão das eleições municipais em 2020. “Com a medição, verificamos que a média de audiência da Paiquerê ficou acima da média nacional”, diz.

Outro exemplo são as partidas de futebol transmitidas pela emissora.  Com as métricas foi possível verificar que a média de ouvintes/hora on-line é 10 vezes maior nos dias de jogo do que em dias convencionais. “Um enorme aumento que somente o site, ou a base de dados do nosso aplicativo não apontam”, destaca Cardial.

Para ele, com os números está sendo possível saber exatamente quais são os hábitos de consumo do público da rádio e monetizar no digital. “Com isso, conseguimos mostrar ao cliente a entrega da sua mídia por clique, em tempo real. Isto é feito na publicidade de redes sociais e Google, e agora dá para se fazer no rádio. É uma disrupção total na forma de faturamento do meio”, comenta.

A grande vantagem desta forma de mensurar e faturar, segundo Cardial, é a possibilidade de ser utilizada tanto em cidades grandes quanto pequenas, e para qualquer mercado. “Quando todos compreenderem o mercado publicitário no rádio será outro, e nós estaremos à frente, pois já estamos pensando nisso desde agora”, ressalta.  

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