tudoradio.com | E-Book de portal dos EUA destaca a importância do streaming para as rádios e dá dicas
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A publicação norte-americana Radio World lançou mais uma edição de seu e-book, que sempre reúne os temas considerados mais urgentes para a indústria de rádio. Com o streaming como foco principal, o guia destaca uma conversa com Pierre Bouvard, nome que costuma aparecer com frequência aqui no tudoradio.com pelas análises feitas pelo executivo da Westwood One. Com o título “streaming é o novo FM”, a conversa indica que daqui alguns anos as escutas de rádio nos Estados Unidos poderão ocorrer via áudio on-line. A publicação visa orientar a indústria sobre as possibilidades e as vantagens para o setor com o crescimento do streaming e outros formatos digitais.
Sem adotar um tom alarmista, Pierre destaca que o crescimento do streaming de rádio passa direto pelas smart speakers (as caixas de som inteligentes, como Amazon Alexa, Google Home ou a Home Pod, via Siri). E com o avanço desses dispositivos, as escutas de rádio via streaming saltaram de 5% do total do consumo para uma média de 15% para o público entre 25 e 54 anos.
Bouvard destaca que as rádios e os anunciantes já podem pensar em estratégias comerciais de 85% para o dial terrestre e 15% para o streaming / áudio digital. E o campo para avançar nessa frente das smart speakers é grande, pois Pierre destaca que muitos norte-americanos ainda não sabem da possibilidade de ouvir suas estações através desses dispositivos. Essa divulgação tem sido intensificada pelas emissoras.
Pierre também destaca que, se analisada as curvas ano após ano da pesquisa Techsurvey (Jacobs Media), esta que mede os fluxos de audiência, é possível que em 5 ou 10 anos o “share” entre o dial FM e o streaming sejam invertidos na composição de consumo de rádio. E isso aconteceu entre o AM e o FM a partir da década de 80, conforme lembra o executivo. Detalhe: Pierre também destaca que a audiência de rádio via streaming já conta com um volume superior ao consumo de rádio AM nos Estados Unidos.
Questionado sobre outros serviços de streaming, como os de música, Pierre é taxativo ao afirmar a força do rádio no digital. “Curiosamente, se você olhar para os dados da “Share of Ear” o streaming AM / FM é maior do que Pandora e AM / FM streaming é maior do que o Spotify. Isso fala por si”, diz Bouvard, lembrando da pesquisa anual realizada pela Edison Research em conjunto com a Triton Digital. Pierre também afirma que esse tipo de informação está chegando ao mercado, principalmente pela movimentação feita de grandes grupos, como a Audacy (que deixou de ser Entercom) e iHeartMedia.
Em outra entrevista do e-book, Fred Jacobs, presidente e fundador da empresa de consultoria Jacobs Media Strategies, afirma que o streaming já provou sua proposição de valor no mercado e que as estações devem tratar essa forma de entrega de áudio ao vivo como um ativo essencial. E faz um apelo para as estações: “Lembre-se estrategicamente o público sobre as maneiras diferentes que eles podem ouvir sua estação, onde quer que estejam”.
Sobre a monetização do streaming, ou seja, transformar esse fluxo em algo rentável para o rádio, Jacobs destaca que o faturamento virá quando as emissoras de rádio tratarem o streaming como um “ativo principal”, ou seja, com incentivos para programação e vendas, bem como vendedores dedicados. O executivo ainda destaca que é preciso colocar “o máximo de esforço e atenção para o streaming como você faz para a transmissão cadeia de som, transmissor e torre”, indicando que o cuidado precisa ser similar ao que é feito com a transmissão via ondas terrestres.
“Em seguida, comercialize-o. Lembre estrategicamente o público das diferentes maneiras como eles podem ouvir sua estação onde quer que estejam – em viagens, malhar, caminhar como cachorro ou quando estão sentados na frente de um computador. Seus melhores embaixadores geralmente são o seu talento (comunicadores)”, afirma Fred, que também indica que é necessário conhecer o público e saber onde ele está, elaborando assim mensagens personalizadas para o estilo de vida de seu público-alvo demográfico.
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Análise: Os sinais da importância do streaming
Dizer que o streaming é importante não significa diminuir a operação no dial ou ainda dizer que ela não terá a sua importância no futuro. A transmissão terrestre dá sinais de que continuará importante para o meio e também para toda a sociedade e, no Brasil, ganhou novos estímulos com a presença do FM ativo em smartphones e a ampliação do dial FM com a migração AM-FM. Porém, o streaming também já é relevante para a maioria das estações e pode ser um passaporte para o rádio estar presente em qualquer novo dispositivo digital ou novo hábito da população. E o investimento no dial FM é quem impulsiona o crescimento no digital.
A publicação da RadioWorld é oportuna e dá dicas importantes para os radiodifusores. É comum articulistas do tudoradio.com pedirem para que o setor dê a mesma importância para o streaming do que é dado à transmissão via ondas e também ao trabalho que é feito em canais sociais. O streaming já é um complemento importante para as emissoras, sendo inegável que essa forma de entrega do áudio ao vivo das FMs e AMs está na jornada diária dos ouvintes. E é uma oportunidade de ampliar ainda mais a cobertura do rádio, gerando novos modelos de negócios e ainda oferecendo números que é difícil mensurar no mundo off-line.
O rádio em alta:
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Há uma forte movimentação para o áudio digital em todo o planeta. Na apresentação de seu e-book, a Radio Word indica que “as manchetes estão por toda parte. A audição online semanal está em alta. Sirius comprou o Pandora; iHeart comprou Triton. Alto-falantes inteligentes continuam a proliferar. Todo mundo está falando sobre áudio”, e isso motivou o guia da publicação.
“Além disso, quais informações a análise de dados pode fornecer aos gerentes agora sobre seus ouvintes? Como as estratégias de streaming devem se sobrepor à implantação de alto-falantes inteligentes, aplicativos e sistemas de infoentretenimento para carros controlados por voz? O streaming e o podcasting se beneficiam ou entram em conflito entre si em uma estratégia de mídia?”, lança a apresentação do ebook, que busca responder esses questionamentos, conversando com a própria indústria de rádio norte-americana.
De qualquer forma, toda essa movimentação mostra que há um campo enorme para o rádio percorrer e abrir novas frentes de negócios, algo que pode ser encarado de uma forma positiva, como grandes oportunidades. Pois, independente do dispositivo utilizado, o ouvinte continua muito interessado e atento ao rádio. O digital é uma estratégia real para ampliar ainda mais o consumo de rádio, indicando que o futuro do rádio tende a ser “híbrido”.
O e-book da Radio World pode ser encontrado aqui.
Capa do e-book sobre streaming para rádios da RadioWorld
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Tags:
Rádio, FM, streaming, tendências, áudio digital, Estados Unidos
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