Comunicadores também são influenciadores no espaço digital
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Atuar nas mídias tradicionais e espaços digitais, é fundamental para complementar o trabalho dos profissionais da comunicação e aproximar o público.
Por Fernanda Nardo.
O comunicador, apresentador e locutor, têm na sua essência ser um formador de opinião, utilizando os veículos tradicionais como rádio e televisão há décadas. No mundo da comunicação, eles sempre tiveram uma influência significativa na vida da população, ditando tendências, moda, consumo e esclarecendo sobre diversos assuntos. Há algum tempo, eles também estão presentes no ambiente digital, por meio das plataformas de redes sociais, influenciando e complementando o trabalho que é feito nos veículos tradicionais.
“Mesmo que o comunicador não queira influenciar, ele dita sim, consumos e comportamentos. Mesmo que ele opte por reservar a sua intimidade, haverá uma busca natural do usuário na internet, uma busca por proximidade e referência comportamental, que é algo legítimo da própria profissão, ou seja, da posição que ele ocupa”, diz a especialista em redes sociais e negócios on-line, Fernanda Musardo.
No entanto, para que essa força natural que o comunicador tem traga resultados positivos na audiência da emissora, cabe à própria emissora e seus personagens andarem juntos, traçarem linhas e definir claramente quais são as políticas, para que haja uma sinergia também no espaço digital.
“Precisa haver um alinhamento entre o comunicador e a emissora para que ele fortaleça a sua audiência nos canais digitais e para que isso traga reflexo também para a audiência da emissora e faturamento. A emissora pode casar algumas ações com anunciantes compondo aqueles comunicadores/influenciadores que têm um impacto maior nos ambientes digitais”, afirma a especialista.
O diretor de programação e produção da RPC, Marcelo Dias Lopes, diz que estar no ambiente digital é fundamental para uma complementação de meios. “A gente produz conteúdo para a televisão para atingir milhões de pessoas ao mesmo tempo, e complementamos com as outras formas de comunicação, como site e redes sociais. Por isso, é fundamental o comunicador estar presente neste pacote completo”.
Para ele, a naturalidade é fundamental, tanto na televisão quanto nas plataformas digitais. “Não dá pra ser de um jeito na televisão e de outro nas plataformas de redes sociais, é preciso ser natural. A forma da presença varia de acordo com a identidade e o perfil de cada um e de como a pessoa encara a presença no meio digital. Mas é essencial ter em mente que a rede social é uma forma de criar uma maior proximidade com o público, de interagir, e atingir esse objetivo final que é a boa comunicação e o fortalecimento do conteúdo”, destaca.
Ele conta que o movimento contrário também ocorre. Na RPC, eles recebem o contato de pessoas que são oriundas do ambiente digital, mas que querem estar na televisão. “Até pelo volume que a TV Aberta atinge. Em algumas situações acontece da televisão fazer esse alinhamento com esses profissionais, se eles se encaixam em determinada proposta. A comunicação hoje como um todo exige que a gente esteja observando as pessoas e fazendo essa troca entre os meios”, ressalta o diretor.
Movimento natural – O locutor e radialista, Pablo Wenceslau Braz, conhecido pelo personagem Guguzinho da Jovem Pan, atua há algum tempo também nas plataformas de redes sociais, e segue complementando o seu trabalho, influenciando e alegrando também no espaço digital. Hoje, ele faz o programa Hora da Fama, na RicFm.
“Comecei de maneira despretensiosa a fazer alguns vídeos engraçados na internet e deu certo. Vejo que as redes sociais mostraram que todo mundo é igual, a gente é tão normal, e é isso que as pessoas querem ver. Com esse trabalho nos dois espaços você consegue trazer a audiência das plataformas de redes sociais para o rádio e também do rádio para a internet. Também é fundamental pontuar que somos influenciadores também neste ambiente, por isso, é preciso ter muita consciência do que vamos postar”, diz.
Para ele, houveram muitos aprendizados para o meio rádio com a presença das pessoas influenciando também no espaço digital. “Vejo que a internet veio para somar, para mostrar que a gente não precisa ser tão quadrado e fazer as coisas tão fechadas, veio para tirar aquele jeito formal do rádio de antigamente, onde você não podia errar. Hoje, você brinca com o erro, o apelo atual é por naturalidade”, afirma.
Para a apresentadora e locutora da Jovem Pan FM, Juliana Pereira de Brito, foi um movimento natural começar a influenciar e se expor também nas plataformas de redes sociais, mas ela conta que no início foi um desafio.
“Comecei testando pra ver o que dava certo, sempre agindo com naturalidade, para criar uma proximidade verdadeira com as pessoas. Sempre mostro os bastidores da rádio, como eu faço meu trabalho, abrindo espaço para perguntas sobre a dinâmica da emissora. É legal, porque tinha gente que nunca tinha me ouvido na rádio e com esse movimento nas redes sociais, hoje me acompanha nos programas. O contrário também ocorreu”, diz.
Juliana acrescenta que é preciso estar aberta a novas possibilidades de atuação. “Acredito que é essencial estar aberta às opiniões construtivas e as novas maneiras de comunicar, para seguir se transformando e evoluindo como profissional. Somos influenciadores, não importa o meio, estar presente no digital fortalece a nossa imagem e a da emissora”.
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