Pandemia: emissoras paranaenses unem-se em momento de fé
Simultaneamente, rádios abriram espaço na programação para levar uma mensagem de esperança e pedir por saúde e cura.
Por Fernanda Nardo
O rádio é aquele amigo que faz companhia, que mexe com as nossas emoções e a com nossa criatividade, traz alegria, lembranças, música e informação. Ele conversa e dá voz aos ouvintes. Desde que o radinho de pilha começou a acompanhar as pessoas, ele segue reverberando nos lugares mais distantes, falando para todos os tipos de públicos, de jovens a idosos.
É por meio dele que podemos receber uma mensagem ou ouvir uma música, enquanto desempenhamos outras atividades. Essa versatilidade faz do rádio nosso companheiro de todas as horas. Na pandemia, não tem sido diferente. Ele está ali para informar, entreter e passar mensagens de conforto.
Para o pesquisador e coordenador do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Luiz Artur Ferraretto, na pandemia, o papel do rádio é ainda de maior responsabilidade. “Um papel de alerta, aconselhamento, ponderação, fuga do alarmismo e de uma postura negacionsita”, diz.
Além de levar as informações importantes sobre a pandemia, radialistas e emissoras do Paraná se uniram em corrente de oração. O diretor da regional sudoeste da Aerp e administrador das Rádios Princesa AM e Super Jovem FM, Adir Seleski, conta que a iniciativa foi impulsionada a partir de uma conversa com seu amigo e diretor técnico da Aerp e do Sert-PR, Roberto Lang, que também é diretor da Rádio Voz do Sudoeste FM e Máxima FM.
A partir dessa conversa, eles conseguiram unir as emissoras, e todas abriram espaço na sua programação para levar uma mensagem de esperança. “A repercussão foi fantástica. Todos abraçaram a causa, afinal, estamos buscando um remédio que transcende a ciência, e esse remédio está em Deus”, diz Adir.
Participaram do momento de oração as rádios Princesa, Super Jovem e 33 emissoras do Sudoeste do Paraná, além de emissoras de Joinville, Garuva e Guaratuba.
O diretor-presidente da Rádio Paiquerê 98,9 FM, Ricardo Spinosa, se inspirou e também incentivou uma corrente de oração, que aconteceu na Páscoa. Duas rádios participaram da transmissão com a Paiquerê 98,9 FM: Rainha da Paz, de Cornélio Procópio e Najuá, de Irati. Segundo Spinosa, foi um momento de pedir pela vida, a cura, os profissionais de saúde, ouvintes e suas famílias.
“A intenção foi colaborar com as vítimas e seus familiares que enfrentam essa pandemia, e nada melhor do que levar paz e conforto aos corações das pessoas. É papel do rádio desenvolver ações que possam contribuir para o bem-estar da população”, diz.
Para Seleski, essa união das emissoras com a sociedade é algo que faz parte da missão do rádio, mas relata que esse momento foi único. “Nós já tivemos várias situações, mas era algo localizado. Não recordo de outro momento em que as emissoras se uniram em massa para fazer oração”, lembra Adir.
De acordo com o professor Ferraretto, não há registro na história de algo parecido. “Não há paralelo na história nessas ações das emissoras, porque não existe paralelo em relação à própria pandemia. É essencial a aproximação entre concorrentes no combate à pandemia e suas conseqüências”, ressalta.
Como o rádio se tornou o amigo de todas as horas?
Pesquisas recentes, apontam que os primeiros experimentos de comunicação por ondas eletromagnéticas, que possibilitaram a passagem da radiotelefonia para o meio rádio, ocorreram em 1919, pela Rádio Clube de Pernambuco. Mas foi após a primeira transmissão registrada oficialmente, pela Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, apenas em 1923, que o rádio passou a fazer parte da vida dos brasileiros, tornando-se um amigo e um importante meio de entretenimento e informação.
Atualmente, poucos se lembram da invenção do rádio transistorizado, o famoso radinho de pilha, desenvolvido em 1954, e popularizado nos anos de 1960 a 1970. De acordo com o professor Ferraretto, foi o radinho de pilha que proporcionou a mobilidade ao rádio, e fez com que ele se tornasse o companheiro de todos os momentos.
“A ideia do rádio como parceiro do ouvinte faz parte da própria possibilidade tecnológica que existe desde o momento em que a transistorização entrou na vida das pessoas. Quando o rádio passou a nos acompanhar por todos os lugares”, explica.
Hoje, com a presença do chip de rádio ativado nos celulares, o veículo alcança um público ouvinte ainda maior e que pode realizar suas atividades acompanhando a programação da emissora preferida. “A característica de receber uma mensagem no mesmo momento em que executamos outra atividade, também condiz com a ideia do rádio como amigo, do rádio que apoia”, acrescenta Ferraretto.
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