O abraço que faltou
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Nesta quinta-feira (15), a radiodifusão brasileira não perdeu apenas um nome de peso. Perdeu um profissional singular, a frente do tempo. Um ser de paz inquieta que não gostava de fazer algo da forma convencional e que, a todo instante, pensava em como ajudar o próximo.
Por Giovana Massetto
Desde o primeiro dia de seu mandato como presidente da Aerp, Michel Micheleto repetiu incansavelmente conceitos como “acolhimento”, “o rádio é moderno”, “estejam conectados”, “invistam em tecnologia”, “sejam criativos”, “criem” e, é claro, “façam tudo com amor”.
Seu discurso, sempre motivador, esteve presente em todas as reuniões com associados e diretores, nos clássicos cafezinhos no deck da Aerp (realizados antes da pandemia) ou nas simples conversas de corredor. Felizmente, suas palavras não ficaram restritas apenas aos radiodifusores e profissionais da Aerp. Elas atingiram também os mais de 16 mil participantes dos EaDs que, durante anos, ele fez questão de conduzir mensalmente.
Michel também era “o cara” do contato próximo, do abraço, do acolhimento. E foi exatamente isso que ele defendeu em seu discurso de posse como presidente da Aerp, proferido no dia 31 de janeiro de 2020. “Meu grande desafio será realizar cada vez mais o acolhimento do radiodifusor, com muito diálogo para superar os obstáculos, com muita atenção às emissoras do interior do estado e às TVs”.
Foi por pensar assim que, mesmo sem poder realizar os Encontros Regionais de 2020 e sendo forçado a adiar o Congresso Paranaense de Radiodifusão, Michel desenvolveu novas soluções para ajudar os radiodifusores durante a pandemia. Levou a frente o Aerp Ao Vivo, iniciado em março do ano passado, através do qual ele conseguia se aproximar, ainda que de forma virtual, dos associados, apresentando temas que julgava serem importantes para o desenvolvimento do setor. Também promoveu as comemorações pelos 45 anos da Aerp, reunindo grandes nomes do cenário nacional.
Além de tudo isso, Michel acreditava que o rádio é um elemento transformador da sociedade, que deve estar sempre a serviço da população, contribuindo para a construção de um mundo melhor. “Um rádio respeitoso, ético, cidadão e de qualidade”, destacava.
Falas dos amigos
Simplicidade e humanidade. São estas as palavras que o vice-presidente da Aerp, Caique Agustini, utilizou para descrever o amigo Michel Micheleto. “Ele era um destes sobre-humanos, que surpreendem a todos pela simplicidade e humanidade que emanam por onde passam. Tenho uma imagem na cabeça que é a de um coração com pernas, um desenho que a mim parece bem representar este ótimo irmão que nos deixou. Esta pessoa cuja convivência conosco foi sempre um lufo de diversão, alegria, sensatez, competência e muita paz. O Michel tinha o dom de abrandar o ambiente, além de tantos outros dons”, resumiu.
O “gás” que Michel tinha foi lembrado pelo diretor financeiro da Aerp, Rogério Afonso. “Infelizmente, a Covid tirou um grande profissional de seu trabalho. Um homem dedicado, focado, de princípios, inquieto, cheio de energia, com muito gás e vontade de fazer e acontecer. Seu legado vai ficar eternamente em nossos corações”.
O ex-presidente e atual diretor institucional da Aerp, Alexandre Barros, relembrou sua trajetória ao lado de Michel. “Nos últimos anos, estive muito próximo ao Michel. Quando o convidei para ser meu vice, nos conhecíamos pouco. Desta relação profissional, associativa, surgiu uma grande amizade, cheia de respeito e companheirismo. O Michel, era um cara com princípios cristãos, humano, amoroso, sensível, caridoso, gentil. Tudo isso, sem deixar de ser duro e exigente quando era preciso. Como ele dizia, ‘Alexandre, tem que falar a verdade, sem dó, mas COM AMOR”. Era assim que ele resolvia tudo sem magoar ninguém”.
A superintendente da Aerp e do Sert-PR, Ticiane Pfeiffer definiu o nosso presidente como um homem benevolente. “Ele não era apenas uma pessoa bondosa, no sentido da caridade. Afinal, o caridoso procura salvar o corpo físico das pessoas. O Michel era isso e muito mais. Era benevolente. O benevolente se preocupa em salvar a essência, o espírito do outro. Uma pessoa assim, tão rara, um verdadeiro servidor, deixa um vazio profundo na vida de tantas pessoas que trabalhavam com ele e, é claro, da família. Felizmente, por tudo que ele fez e falou nas tantas vezes em que foi ao ar e se apresentou, não temos como calcular a quantidade de pessoas que ele salvou, no sentido mais profundo da palavra”.
“Vai o homem, fica a lenda. Nosso amigo ainda tinha muito para contribuir. Mas quem teve o prazer de conviver com ele sabe: Michel foi um exemplo de profissional, de empresário, de amigo, de marido e de pai”, afirmou o presidente do SERT-PR, Cezar Telles, que também declarou três dias de luto oficial para a radiodifusão paranaense.
Para a equipe da Aerp, vai ficar a saudade de suas visitas inesperadas, dos seus abraços carinhosos, das suas piadas e brincadeiras com todos.
Reportagem Especial
A Rede Aerp de Notícias também produziu uma reportagem completa com a fala de amigos e figuras públicas que reconhecem em Michel Micheleto cada uma das palavras deste texto. O conteúdo pode ser baixado e reproduzido nas emissoras, clicando no botão abaixo:
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